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Director litterario
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Proprietario e fundador
*Director litterario—LUCIANO CORDEIRO*
Proprietario e fundador—MELLO D'AZEVEDO
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Fernão Lopes
147, Rua dos Retrozeiros, 147
1895
Impresso na Typ. do «Commercio de Portugal» 35, Rua Ivens, 41
1895
Realisando corajosamente a boa, a piedosa idea de republicar aschronicas impressas do—Pae da Historia Nacional,—como Herculanoapellidou Fernão Lopes, Mello d'Azevedo, o editor d'esta modesta epatriotica bibliotheca podera, hoje, ainda! suprir qualquer explicaçãoprefacial com as palavras do nosso grande historiador moderno, quando hamais de meio seculo tracejava o perfil do encantador—«escripvam»—dobom Rei Dom Duarte:
—«Tão raros, ou tão pouco lidos andam os antigos escriptoresportuguezes que muitas pessoas ha, não de todo hospedes nas letras, queapenas de nome os conheçam, e frequentes vezes nem de nome.»
Hoje, ainda!…
Fernão Lopes é quasi exclusivamente conhecido de nome, e já agoraarejemos toda a nossa idea, mais exactamente toda a nossa observaçãopositiva e directa: nem de nome o conhece muito litterato gloriosamenteemproado pelas novas camarilhas do elogio mutuo na fama e na faina darenovação da Historia e da Arte nacional… por estampilha francelha.
Uma das causas da mingua, a bem dizer, absoluta, de vulgarisação dosnossos antigos escriptores, dos nossos melhores monumentos litterarios,da nossa historia, até, indicamol-a já n'outra publicação d'estabibliotheca: é o espirito estreitamente, inconsequentemente monopolistados eruditos ou dos que se querem dar ares de taes; é a superstição dasreproducções mais ou menos arbitrariamente chamadas fieis, conservadorasde uma ortographia, de uma disposição typographica até, obsoleta,indigesta, inacessivel á leitura corrente, á assimilação immediata,actual, affectiva da multidão.
Em volta d'esta causa ou concorrendo e emparelhando com ella, muitasoutras se teem accumulado e subsistem, por tal maneira renitentes eacrescentadas, que póde affirmar-se, como facto incontestavel, que aspalavras doridas de Herculano teem hoje, mais do que quando elle asescreveu,—ha 56 annos!—uma applicação perfeitamente exacta e justa.
Conhecia-se mais, muito mais, então, Fernão Lopes, ou qualquer outro dosnossos antigos escriptores, do que hoje se conhecem e leem. Basta citarou vêr o trabalho litterario d'esse tempo, comparando-o com o do nosso.
Quando eu, e certamente muitos dos leitores, iniciámos a nossa vidaintellectual, lia-se, estudava-se, explicava-se o Camões nas escolas.Naturalmente, insensivelmente iam penetrando nos nossos